251112
🏥⚖️ IGAS investiga hospitais públicos após escândalo de 700 mil euros em Santa Maria
A IGAS tem inspetores a auditar hospitais públicos desde setembro para investigar fraudes em cirurgias adicionais, após o escândalo do dermatologista Miguel Alpalhão que faturou 700 mil euros em dois anos no Hospital de Santa Maria, incluindo 400 mil euros em apenas dez sábados. A operação abrange 39 unidades de saúde e três IPO, com prioridade para dez estabelecimentos problemáticos. Entre 2022 e março de 2024, o Estado gastou mais de 627 milhões de euros em produção adicional. Em três hospitais - Amadora-Sintra, Castelo Branco e Trás-os-Montes - os médicos fazem mais cirurgias fora do horário normal do que durante o expediente regular. O relatório da IGAS sobre Santa Maria concluiu que "tudo falhou": o dermatologista registava, codificava e validava as suas próprias cirurgias sem verificação independente. Entre os casos mais graves, cobrou 5.500 euros por remover duas verrugas dos próprios pais numa operação de dez minutos. Os inspetores verificam se hospitais cumprem regras, se há fraude na codificação de operações e se existem mecanismos de controlo adequados. Carlos Carapeto, da IGAS, espera que as auditorias reforcem o cumprimento legal e melhorem a eficiência na utilização de recursos. Os relatórios deverão estar concluídos até ao final do ano.
Aprofundar em fontes escolhidas:
- CNN Portugal / Inspetores da IGAS estão em vários hospitais a varrer dados para ver se há mais casos como o de Santa Maria
- Público / Marcelo diz que políticas de saúde não devem ser ditadas por casos pontuais
- CNN Portugal / "Envergonha a classe médica" o caso do dermatologista que recebeu 400.000€ em 10 sábados. E fez Eduardo Barroso lembrar-se da história de uma palavra "muito ordinária"
- SIC Notícias / Uma radiografia ao SNS: cresceu, mas desigualdades persistem e levam mais de um terço a ter seguro
- Rádio Renascença / Quase 6 em cada 10 portugueses têm seguro, plano ou subsistema de saúde
Dados
- IGAS tem quatro inspetores a auditar hospitais desde 8 de setembro de 2024
- Entre 2022 e março de 2024, o Estado gastou 627 milhões de euros em cirurgias adicionais
- Hospital Amadora-Sintra realizou 57% da sua produção cirúrgica em horas extra
- Dermatologista Miguel Alpalhão faturou 126 mil euros num único mês sem questionamento
- Em 70% das entidades de saúde, a produção adicional representa 30% ou mais do total
- Caso foi remetido ao Ministério Público para investigação criminal
